February 20, 2010

Pelos domínios da Pachamama

Com uma vontade tremenda de seguir pelo país boliviano (já com centenas de bolivianos no bolso!), encontrávamo-nos finalmente a caminho de uma das maravilhas naturais deste continente, o Salar de Uyuni.

De Tupiza à cidade que dá o nome ao Salar sao cerca de 200km em terra batida, e parte do trajecto cruza o deserto de Soloni.


Demorámos 6 horas a percorrer esta distancia em jipe colectivo, prática muito comum por estas bandas. Quando o condutor (que muitas vezes vive deste negócio) encontra pessoas para viajar na direccao em que vai, segue caminho. Geralmente com o carro cheio. Há lugares em que nem há alternativa. Tem de se tomar um colectivo si o si.

Tivemos dois furos. Para o segundo os nativos que iam a bordo tiveram de improvisar um remendo. Enquanto as donzelas disfrutavam o deserto...

Entrada triunfal na Bolívia

Mesmo antes de cruzarmos a pé o paço fronteiriço La Quiaca-Villazon apercebemo-nos de que estávamos a passos de entrar noutro mundo. Seguíamos as cholas, mulheres indígenas, com as suas mantas coloridas às costas e tranças compridas. Foi comico perceber que a fronteira nao era mais do que todos nos diziam em Salta. Uma ponte.

Já no terminal de buses do lado boliviano fomos abordadas por 3 ou 4 nativos. A um ritmo acelerado diziam em voz alta (para nao dizer berrar) possiveis destinos que nos interessassem. “La Paz, La Paz”, “Uyuni, Uyuni”. Depois de negociarmos (estavam claramente a praticar um preco argentino), lá nos metemos num bus em direccao a Tupiza.

O primeiro contacto com as estradas e buses bolivianos diz muito do país. O bus so partiu quando estava cheio. Varias pessoas viajaram de pé. Nao havia wc nem paragens… um verdadeiro filme realizamos por termos vontade!... A estrada ate Tupiza é de terra. Alturas ha em que nem se percebe o caminho. É um campo de terra! O bus anda sempre aos solavancos. Fazia calor, e ainda nao estavamos habituadas aos cheiros corporais.

Era domingo. Em Tupiza nao há caixas multibanco. Ainda nao tinhamos levantado bolivianos (moeda local), e tao pouco nos tinham sobrado pesos. Nao tinhamos nem um centavo. E comia-se por 1 euro… Salvou-nos a boa vontade do dono do hostel para pagarmos no dia seguinte, o arroz, a lata de atum, o chá e o café que ainda tinhamos dos tempos em que Navimagámos, e claro… o mate!