November 16, 2009
Ilha de Chiloé
Campos que parecem pinturas. Vários tons de verde, azul e amarelo. Sao estas as cores predominantes. Neruda uma vez disse que a chuva foi aqui inventada. Chove 300 dias por ano.
Ficamos em Castro, terra dos palafitos. Num dos dias fomos ao Parque Nacional da Ilha de Chiloé, e pela primeira vez na nossa vida... admirámos o verdadeiro Pacífico!
Conhecemos dois chilenos, o Gonçalo e o Boris, e a Fernanda, a filha de um deles. Ofereceram-nos uma verdadeira local tour. No mercado comemos uma salada de marisco cru como quem come uma salada de polvo. No "Ven a mi", tasca local, bebemos chicha (uma espécie de sidra). Por fim, já no conforto de um lar bem chileno, comemos três belas corvinas. Mais nao podiamos pedir. Quando um dia forem a Lisboa, podem contar com o mesmo tratamento, vale?
Experiência Navimag
Para percorrer a parte mais austral da patagónia chilena só há duas hipoteses: aviao ou barco. Nao há estradas e a maioria dos viajantes vê se obrigado a reentrar na Argentina.
A única paragem que tivemos foi em Puerto Eden, curiosamente o nome do nosso cargueiro. Nao se devia chamar Puerto. Nao tem porto. É uma terra perdida no meio do nada, sem comunicaçao por terra com o resto do Chile. Vive da pesca e depende dos barcos que ancoram lá regularmente com novos abastecimentos. Ai ainda vive uma pequena comunidade de Alacalufes, habitantes originários da zona.
November 4, 2009
Torres del Paine!
Finalmente fizemos um trekking a valer. Caminhámos o dia inteiro (com pequenas paragens, ritmo moderado), cerca de 15 kms. Optámos por fazer o percurso mais famoso e mitico, que nos levou até a base das famosas torres. Isto é, fizemos uma perna do "W", o trekking mais famoso e completo do parque.
95% dos trekkers vinham equipados a seria. Carregavam com eles as mochilonas e o equipamento pro. Nós fomos de ganga e apenas com uma mini mochila cheia de comida! Temos de confessar que nos sentimos um pouco inexperientes! Mas safamo-nos tao bem como eles!
O percurso foi fabuloso. A primeira etapa era chegar ao refúgio nas montanhas, onde iriamos pernoitar. Tivemos de parar umas quantas vezes, porque a nossa forma fisica já nao é o que era, mas as vistas incriveis davam-nos novo alento.
Depois de comermos no refugio o delicioso almoco que andávamos a acartar, seguimos para a base das torres. A primeira parte era facil facil. Depois veio o terror. Inclinacao maxima, sem trilho, só calhaus a resvalar. Mas o perigo nao era grande, so o cansaco. Mesmo antes de chegar ao miradouro para as soberbas torres, ouvimos varios "it's worth it", "you're almost there!". E tinham razao. Mais uma paragem obrigatoria por terras sul americanas.Foi um dia cheio. Tao cheio que nos "acostamos" as 20h a espera de poder usar a cozinha um pouco mais tarde, e adormecemos de estomago vazio.. acordamos quase 12 horas depois!
A acrecentar a esta jornada, so o facto de no primeiro dia termos tido um dia solarengo, que permitia ver tudo! No dia seguinte, quando acordamos estava tudo branco! Nao parava de nevar!... os trilhos estavam todos branquinhos e por uma duzia de vezes iamos caindo. Alta diferenca de paisagem. E assim o clima patagonico.